A Psicologia do Franchising: Quando a Emoção Supera a Lógica nos Negócios
Andrius Rafael Michielin dias
10/10/20242 min read


Recentemente, mergulhei nas páginas fascinantes do livro "Psicologia Financeira", uma obra que lança luz sobre um fenômeno intrigante: mesmo conhecendo o caminho lógico a seguir, frequentemente nos rendemos às emoções, tecendo narrativas internas que nos afastam da realidade objetiva. Esta reflexão me levou a um território familiar e complexo: o universo das franquias.
No ecossistema do franchising, não é incomum testemunharmos decisões que desafiam a razão, mesmo em empresas consolidadas. Este cenário me fez questionar: estaríamos diante de uma "Psicologia do Franchising"?
Vamos tomar como exemplo a área de expansão de uma franqueadora. A lógica ditaria um processo rigoroso de seleção e aprovação de novos franqueados, considerando que o sucesso da rede depende diretamente do desempenho de cada unidade. Entretanto, o que vemos na prática muitas vezes contradiz essa premissa.
Fatores emocionais frequentemente se sobrepõem à racionalidade no momento crucial da aprovação de um candidato. Imagine uma franqueadora enfrentando um período turbulento, com diversos franqueados buscando repassar suas operações. O temor de ver unidades fechando as portas pode levar a uma flexibilização nos critérios de entrada, abrindo as portas para candidatos que, em outras circunstâncias, não seriam considerados adequados.
Esta abordagem, embora possa parecer uma solução imediata, é na verdade um adiamento do problema. A franqueadora continuará dependendo do desempenho de seus franqueados e, ao comprometer a qualidade da rede, apenas posterga - e potencialmente agrava - as dificuldades futuras.
Reconheço que manter a coerência em face de grandes desafios é uma tarefa hercúlea. No entanto, abandonar a lógica em momentos de pressão pode resultar em um cenário ainda mais desafiador a longo prazo.
Diante desse panorama, não seria surpreendente ver o surgimento de uma nova especialidade: o Psicólogo de Franqueadoras. Um profissional capaz de navegar pelas complexidades emocionais e racionais do franchising, auxiliando as redes a manterem o equilíbrio entre crescimento sustentável e decisões emocionalmente inteligentes.
No fim das contas, o sucesso no mundo das franquias não se resume apenas a números e estratégias, mas também à capacidade de compreender e gerenciar o fator humano que permeia todas as decisões. Afinal, por trás de cada franquia, existe uma história, uma emoção e um sonho empreendedor.